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sexta-feira, 29 de abril de 2011

Memórias I



Tenho boas recordações de minha infância... Na verdade, às vezes fico me perguntando como consigo me lembrar de coisas que aconteceram há tanto tempo e que ainda permeiam a minha lembrança. Agora mesmo, comecei a me olhar no espelho e veio uma saudade da época que já passou.

Lembro-me que sempre quiz ser professor. Aos cinco anos de idade a minha professora chamava-se Ivalda, inclusive é minha amiga no orkut e eu acho que devo à ela esta minha vontade. Não sei ao certo... Como morava na fazenda, ficava vendo-a passar todos os dias, enquanto aguardava o micrônibus, com o meu irmão,  e a professora tinha uma  moto dream vermelha, e eu ia admirando aquela mulher que estava me ensinando a escrever.
Quando chegou a segunda série, o ano era 1996, e minha professora chamava-se Zaida, que também conheço até hoje e sempre me abraça quando nos encontramos. Foi neste ano que eu passei a dar aula, de mentira, é claro. Ao chegar da escola, terminando de almoçar, corria para brincar de ensinar e a porta que servia de quadro era a mesma que um dia serviu de proteção na cozinha quando morávamos em uma casa de adobe e taboca, na fazenda. 
Na terceira série, morei, no fim do ano, na cidade e eu só brincava nos fins de semana porque era quando  ia para a fazenda e lá, sempre me esperava o fogão de lenha que me servia de quadro. Recordo-me ser nesta época que me apaixonei pela Língua Portuguesa. Lembro quando passei uns exercícios de encontro vocálico no quadro.
Em 1998, fui estudar na Escola Pio XII, à tarde, e foi ali que conheci a professora Sônia, ela gostava de mim, e um certo dia disse na sala que gostaria de me ter como filho. Acho que os outros alunos não gostaram disso. Hoje acredito que eles tinham ciúme da nossa relação. Esta professora dava muito teste oral e eu estudava muito para não errar nada. Era uma disputa por nota na sala! No fim do ano a professora pediu dois cadernos meus para guardar de lembrança: o de ciências e o de Estudos Sociais.
Em 1999 fui para o Jerônimo Carlos do Prado e lá fui aluno da Paula, professora de Português, que eu já conhecia do Laudelino Gomes, onde ela era secretária. E sempre ia eu depois da aula na cidade, brincar de professor, desta vez de português.
Chegou o ano de 2000 e neste mudei de escola novamente, desta vez a disciplina que eu ministrava, de mentira, era ciências.
Nunca vou me esquecer de um dia que eu falava de reprodução sexuada, e minha mãe me cortou no meio da aula, ao ouvir sobre isso, dizendo que chamaria meu pai se não parasse de falar sobre esse assunto...
Em 2001, descobri que poderia aprender matemática, matéria que era o meu pesadelo na série anterior. Até hoje eu guardo o meu caderno desta época, com a capa da Luana Piovani. Foi aí que descobri um jeito de aprender a matéria: resolvendo contas. Hoje, além de Português, desejo um dia cursar matemática, gosto muito de números.
Foi neste ano também que os meninos passaram a me chamar de CDF, e eu nem sabia o significado dessa palavra; vim descobrir uns anos depois.

Depois vieram outros anos, e outros, séries diferentes... mas vou parar por aqui, pois o meu intuito era apenas contar um pouco de minha infãncia. E treze anos já é adolescência! 
Isso são memórias, ou loucura... não sei, não controlo, vem sem que eu permita. Sempre vem. Tenho sonhos que não entendo, na verdade, dificilmente os entendo, mas sinto-me feliz em tê-los. 
Quanto a minha memória, quero escrever mais vezes sobre ela  porque talvez seja interessante externalizar o que guardo e não divido com os outros, muitas vezes por falta de oportunidade. Em verdade, acho que precisava isso fazer para me redescobrir como ser humano pensante.  Tenho lembranças inesquecíveis de tudo que vivi, e almejo muito o que ainda vou viver, se Deus quiser.

Um fim de semana iluminado a todos!

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