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quinta-feira, 2 de junho de 2011

Cantiga de Amor

Iria publicar um texto de auto-ajuda, mas vamos falar sério por aqui, discutindo um pouco de literatura.
A canção que será mostrada chama-se "Margarida", do grupo Roupa Nova, que eu adoro, e ela apresenta um caratér literário interessante para os professores de literatura e àqueles que se sentem fascinados pelas letras. Ouçam...


Analisando-a sob a perspectiva de uma cantiga (lembram-se do Trovadorismo?) , a mesma pode ser considerada uma Cantiga de Amor.
Primeiro, quem fala na cantiga é o homem. Este é um vassalo, alguém de uma classe inferior à da dama da corte e, por isso chamada de rainha. 
Estes termos também nos remetem, impreterivelmente, a um ambiente cortês, com castelos, reis e princesas. O homem desvenda sua coita, a dor de amar e não ser correspondido; o amor é idealizado, pois a dama é uma mulher casada. 
Esta mulher seria como a Virgem Maria, devido ao seu ideal de pureza e castidade.
Na canção, mas a título de análise para a época (século XII) a consideremos como cantiga, há a presença da dor, do sofrimento psicológico do homem ao ver sua dama rejeitar o amor que ele lhe oferta. 
A dama está em seu castelo, pois não quer ficar com um vassalo, um empregado da corte, pois este não tem tantos recursos quanto o marido daquela. 
A palavra pedra apresenta caráter metafórico, pois representa os desafios ofertados pelo amor à dama, e não o fato de o cavaleiro retirar pedras de um castelo, como haveria de supormos.  A senhora o evita. 
A diferença desta cantiga, com as produzidas na época do Trovadorismo português, é que esta, uma canção moderna, apresenta final feliz ao cavaleiro. 
No entanto, não se esqueça: o sentimento predominante na cantiga é o da rejeição por parte da mulher, e de luta e coragem, por parte do homem.
Quando vocês ouvirem músicas sertanejas, caso ouçam, percebam nas mesmas o sentimento predominante. Na maioria dos casos, é o sentimento visto na cantiga de amor, pois é um amor que fere, machuca e destrói. Mas mesmo assim, o eu-lírico ( voz que fala no poema ou cantiga), sente-se satisfeito em cantar ou exaltar essa dor.

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