Estava assistindo este vídeo, engraçadíssimo, no blog do meu amigo Dhiogo e pensei em um processo linguístico. Assista...
A princípio, o vídeo é muito engraçado, em decorrência do uso da palavra night bruique ( deve ser assim que se escreve), pela moça.
Engraçado também pelo contexto do programa, que a gente já espera barraco e bate-boca.
No entanto, analisando-o sob uma perspectiva linguística, ciência que estuda os fenômenos da língua, devemos considerar que houve aí um processo de mutabilidade e imutabilidade linguística.
Neste caso, ocorreu a Mutabilidade de Significante, que é a imagem acústica e visual da palavra, o som. Assim, night bruique remeteu o público a uma associação com a palavra Net Book, e o "erro" na fala da convidada, gerou o riso.
O significante, a forma como se escreve, mudou, mas não alterou o significado etimológico da mesma: um computador. Significado é aquilo que está dicionarizado, é o que a palavra quer dizer, o conceito, o que a mesma nos remete. Assim, houve imutabilidade de significado, ou seja, o conceito dado à palavra não sofreu variação. Night Bruique continuou remetendo a quem ouve e a quem fala, o computador. Entretanto, o significante mudou.
A língua, como uma ciência da comunicação, está sujeita a variações na fala, por meio da linguagem, que é a expressão do pensamento nos mais variados contextos sociais, econômicos e políticos.
Inúmeras palavras que utilizamos hoje para nos comunicarmos, sofreu processos semelhantes ao descrito acima. O você, que utilizamos no tratamento corriqueiro com as pessoas, é originário da palavra vossa mercê, que com o passar do tempo, por um processo de redução, se transformou em vosmecê, depois em você, ocê e agora, já virou cê. Assim, ocorreu neste a Mutabilidade de significante e Imutabilidade de significado.
A imagem acústica e visual que temos da palavra se modificou ( significante), mas o significado não alterou, pois continua a conceituar a terceira pessoa, com quem se fala.
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