Casa de Pensão é um romance escrito em 1884, por Aluísio Azevedo, ocorrendo naquele a concretização de dois espaços distintos e antagônicos, Maranhão e Rio de Janeiro, ligados pelo mesmo elo: o personagem Amâncio.
No Maranhão, o referido personagem vive sob a vigília do pai, Vasconcelos, um astuto comerciante, e ainda sob o autoritarismo do mestre Antônio Pires, que batia nas crianças por um hábito de ofício.
Esses episódios marcam a vida do personagem central, caracterizando sua castração como sujeito de opinião e de valores sociais. Amâncio não se identifica com aquele meio onde vive a infância pois, suas manifestações são cerceadas pelo pai e pelo professor, os dois seres que deveriam ser os modeladores do caráter de valor do mesmo.
Logo, na Corte do Rio de Janeiro, Amâncio vivencia a liberdade não conquistada no espaço do Maranhão. Tem ainda como fator contribuinte os amigos, que o apresentam os prazeres da Corte e, a casa de pensão. Nesta, Amâncio convive com os tipos sociais sem caráter e desprovidos de pudor, com liberdade e sem vigilância familiar. Ali, o personagem não encontra os pudores maranhenses para o seu desenvolvimento como homem e demonstra, por conseguinte, as aspirações reprimidas na infância pelo pai, que o considerava efeminado.
Assim, o meio proporciona o ideal de vida que o personagem almeja: a noite, as mulheres e os prazeres da bebida.
Aluísio Azevedo, nesta obra, mostra o caleidoscópio social de seres habitantes do mesmo teto que se emanam pelos mesmos desfribramentos, sujeitos às leis hereditárias, impulsionados pelo sexo e pelo dinheiro.
A tese desenvolvida é a de que o meio vence o homem que ousa reagir contra as leis vigentes e o herói se submete à conjuntura social do espaço.
Mais detalhes sobre este assunto na nossa próxima análise: O Cortiço.
Aguardem...
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