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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A literatura de ontem refletida no hoje


Recentemente, postei aqui no blog considerações sobre importantes obras de Aluísio Azevedo para a formação do Naturalismo  no Brasil: O Mulato, Casa de Pensão e O Cortiço.  Em O Mulato, o romancista coloca o homem de cor como centro de uma sociedade escravocrata. Em Casa de Pensão, Amâncio vive restrito ao autoritarismo do pai desde a infância, e procura a liberdade na boemia do Rio de Janeiro. NO Cortiço, é a orquestração das massas o aspecto importante, a pintura do meio social coletivo, marcado por taras sexuais e animalescas do ser humano. Mas, qual seria o legado que Aluísio Azevedo (século XIX), teria deixado para os movimentos posteriores e a contemporaneidade?
A resposta são as questões sociais, personificadas em ambientes carregados de características sociais e psicológicas dos personagens, economicamente, próximos da miséria. 
Os mesmos são dominados por forças animalescas que influem nas características individuais do ser, tornando-o tipo na narrativa.
A obra de Aluísio Azevedo proporciona uma relação com produções surgidas no Modernismo, no qual a miséria e a pobreza são contempladas em obras de escritores renomados do século XX.
Na literatura contemporânea, o deslocamento do jovem do Norte para o Sul do Brasil, fato contemplado em Casa de Pensão, é metaforizado em seres almejantes de um novo ideal de vida e sobrevivência, resultando em ascensão social, em detrimento da marginalização anterior, fato mostrado em O Mulato.
Essa mesma ascensão se mostra em O Cortiço, por meio da luta de classes, do coletivo, objetivando a melhoria do status social e a conseqüente redução da marginalização da classe baixa.
Portanto, o maior legado de Aluísio Azevedo à ficção brasileira de costumes está no poder de fixar conjuntos humanos junto a uma literatura realista, caracterizada  nas minúcias textuais e descritivas.
Atualmente, consideramos para a produção na literatura contemporânea o Neo Realismo, ou seja, o Novo Realismo. Os escritores buscam, em sua maioria, o retrato do real, do objetivo, pintando ambientes em consonância com as características sociais e psicológicas da sociedade e do ser como sujeito dos fatos da vida.
Encontramos pistas textuais de tendência Realista/ Naturalista do século XIX, nas favelas atuais, na criminalidade, na corrupção brasileira, resultados da desigualdade e da ambição sobre o mais fraco ou menos favorecido economicamente.
Situações como essas nos remetem a um retrospecto na literatura que destacou Aluísio Azevedo entre o seleto grupo de ficcionistas da literatura brasileira. 

  

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